É com grande alegria que recebi, da autora desta pesquisa, a notícia da oportuna publicação online dos resultados e da chamada para a retomada da coleta de dados, em uma nova fase desta pesquisa. Mais do que isso, a notícia nos captura fortemente pela memória dos anos recentes em que estivemos engajados na aventura de fortalecer a tese da oferta universalizada de aulas de música nas escolas brasileiras.

O gatilho para esta pesquisa foi a notável mobilização de âmbito nacional - um fato social total - que contou com a participação de artistas de renome da música popular e de concerto, de educadores musicais apoiados por todas as entidades representativas como a International Society for Music Education - ISME, o Foro Latinoamericano de Educación Musical - FLADEM e o fundamental protagonismo da Associação Brasileira de Educação Musical, a ABEM. Na ocasião da sanção presidencial, a imprensa também fez a sua parte: foram mais de uma centena de matérias publicadas. Em suma, foram anos em que estivemos tomados por uma agitação cívica, uma disposição para participar dos processos políticos e a Lei Federal que continha a potência necessária para reinstituir o ensino universalizado de música nas escolas foi sistematicamente descumprida por todos esses anos até que fosse esquecida.

Neste momento em que voltamos a indagar o que falta ser feito, eis que sincronicamente a compositora Silvia de Lucca logra operacionalizar o site para a publicação de resultados e para a retomada desta importante consulta pública: todos os brasileiros podem e devem opinar através do site. Mais do que isso, esta pesquisa site amplifica as vozes que têm de ser ouvidas. A pesquisa, que já reúne dados relevantes, nas respostas à pergunta nº 9, revela uma notável receptividade da população à tese, assim como o porquê tantos desejam, como nós, a volta da música às escolas. Este dado é, portanto indicial: retomarmos a campanha é ação pertinente e oportuna. Não se trata mais de empreender energia para o convencimento da sociedade, mas de atuarmos já pela consecução dos objetivos: garantir esse direito humano às crianças e adolescentes.